sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Viva Glamurosa*

Aproveitando a onda o Outubro Rosa, mês que todos falam de como detectar e prevenir o câncer de mama, venho contar minha história que não é de mama. Meu câncer foi de colo de útero. Tudo começou quando meu marido percebeu como se fosse um caroço no colo do meu útero, fui ao ginecologista e de imediato ele achou que pudesse ser alguma ferida por conta da curetagem que fiz, quando perdi meu bebê, pois é ainda teve essa.

Como já estava de mudança para o interior, resolvi deixar para fazer os exames em minha nova morada, para não ter que ficar voltando a São Paulo. Assim que mudamos corri atrás de agendar ginecologista para fazer papa nicolau e outros exames necessários.

Assim que voltou o resultado do papa, o posto de saúde me ligou pedindo pra retornar com o médico, pois ele precisava falar comigo. Achei estranho pois ainda não tinha feito os outros exames ainda, mas retornei. Não consigo descrever a sensação de ouvir: “ Bom vou direto ao ponto, saiu no seu papa que vocês está com com câncer, vou te encaminhar para a universidade para o oncologista analisar a melhor linha de abordagem.”

Meu chão ruiu, de um jeito, que eu não conseguia fazer outra coisa a não ser chorar, chorar muito. Não conseguia contar nem para meu marido, o que o médico falou. Depois de algum tempo, fui parando de chorar e expliquei ao coitado o que tinha acontecido. Eu estava prestes a fazer um ensaio sensual, para divulgação da loja de lingerie Plus Size que estávamos montando, sim porque naquele momento o mais importante era cuidar da minha saúde, em paralelo a isso, estava estudando e fazendo treinos físicos pois queria prestar concurso da polícia Federal. Imagine seus objetivos e metas sendo atingidos por um cometa: O Câncer, é mais ou menos isso que acontece.

A família, e agora? Como contar? Qual a reação deles? Foi difícil para mim contar aos familiares, todos achavam que eu estava fazendo uma brincadeira (quem me dera). Só de fato acreditaram quando mostrei o resultado do exame, e o mais difícil de tudo isso, foi na verdade, encarar os olhares, choros, que para mim dizia: Coitada, está com o pé na cova. Tive que buscar dentro de mim, forças que jamais imaginava que tivesse, para ser forte por mim e por eles. Graças a Deus, apesar disso, sempre tive o apoio incondicional deles todos, principalmente de meu marido, Rodrigo Cortijo, que apesar do desespero que sentia, se mantinha calmo, pesquisando como doido sobre o assunto, tratamentos, procedimentos.

Pois bem, meu ginecologista, Carlos Majolini, apesar de ter me dado de longe a pior notícia da minha vida, foi um anjo, tentou me acalmar, e no mesmo momento pegou o celular e entrou em contato com o oncologista que era seu amigo e especialista em câncer ginecológico, pediu se ele poderia me atender antes de todo os trâmites internos do hospital, e de imediato ele aceitou (muito obrigada Carlos e Juliano) e assim foi na sexta-feira de Páscoa de 2014. Olhou os exames que tinha feito, perguntou se poderia me examinar, e colher biopsia. E assim foi feito. Ali mesmo ele me explicou que poderíamos fazer quimioterapia e depois somente retirar o tumor ou a cirurgia radical, tirando colo, útero, ovários e trompas. Como eu não queria mais ter filhos, decidimos na hora pela cirurgia e me fizeram os pedidos de exames pré-operatórios.

Os exames foram feitos e em junho do ano passado, operei. Foi super demorado o procedimento, foram retirados vários linfo-nódulos. Com um corte do baixo ventre a dois dedos acima do umbigo (inclusive este foi afetado), tive que fazer repouso, levantando da cama apenas para ir ao banheiro e comer. De tanto ficar deitada de repouso, a parte de trás do meu cabelo caiu, e ali estava eu calva. Não curti a ideia e pedi para meu marido passar maquina zero, e assim fiquei carequinha. No começo me incomodava com as pessoas me olhando e colocava, lenço, boina, mas depois percebi que era só cabelo, e perto do que estava passando não significava nada pra mim. E saía de casa com a careca exposta, com um belo batom, e brincos. E por algum tempo adotei esse visual, até que voltasse a nascer cabelo na falha. Meu médico ainda brincou comigo, porque não precisei fazer quimioterapia, nem radioterapia, e antecipei as coisas e fiquei careca. Aos poucos você vai se reerguendo e começa a fazer caminhadas leves, que ajudam na recuperação. Como antes da cirurgia estava com um bom condicionamento físico, Graças a Deus, foi tudo mais rápido, meu corpo reagiu de maneira inesperada.

Prestes a começar a reposição hormonal, e ansiosa por ela, já que meu organismo, por falta dos ovários entrou em menopausa, senti um incômodo e um sangramento estranho pós sexo. Fui ao médico, claro, gato escaldado tem medo de água fria, o Dr Juliano fez exame de toque e saiu uma espécie de coágulo na mão dele. Poderiam ser várias coisas, inclusive a volta do câncer, mas não queria desanimar, me mantive firme até o dia do retorno da biópsia: era ele de novo, quando achei que não conseguiria mais ser forte, tive que ser. Era final de ano, que tinha sido tumultuado, não queria despejar essa notícia sobre meus familiares de novo, e acabar com a feste de Natal, Ano Novo e mantive em segredo até uns dias depois da virada para 2015.

Cirurgia marcada, já sabia quais eram os preparatórios e procedimentos, me internei para cirurgia. No dia seguinte cedo, iríamos tirar o restante. Já no centro cirúrgico, as médicas vendo os resultados dos pré operatórios, ouvi: “ Nossa será que ele vai querer operar? Eu disse pra marcar consulta antes da cirurgia...” Me assustei e pensei, pronto tô morta. Perguntei o que era, e me disseram que minha glicemia estava 300 mas que deveria estar errado. Mediram na hora, e de fato estava 302. Percebi que essa atitude de ter segurado a notícia do retorno do câncer não fez bem pra mim. Logo o Dr Juliano chegou e resolveu operar mesmo assim.

Depois de horas no centro cirúrgico, lembro de falar com o Dr Juliano, ele disse que minha bexiga tinha encostado no tumor e que teria que tirar o pedaço que estava comprometido, eu disse que tudo bem e me apagaram de novo. Bem, nessa fiquei com a bexiga um terço menos do que de um adulto. E precisava ficar com sondas, isso mesmo sondas, no plural, foram duas, uma pela uretra e outra diretamente da bexiga, já que ela não poderia inflar. Onde foi feita a incisão não foi possível sutura, pois era na parte posterior, eles tiraram uma placa de gordura da minha barriga para selar o corte (cá entre nós, poderiam ter tirado um pouco a mais rsrs). Foram quatro longos meses, com sondas, dependendo do Ro para tudo, até tomar banho, me vestir, enfim tudo. Quando resolveram tirar uma das sondas, a da uretra, mas a outra ainda precisaria ficar por um tempo, para ter certeza que fechou e cicatrizou como deveria a bexiga.

Preciso confessar aqui, que era muito cômodo, rs, tinha que beber cravado pelo menos 3 litros de água por dia, para estimular a bexiga, com a sonda fica fácil, eu dormia a noite inteira como um bebê. Assim que tirou a sonda, eu parecia a mãe de recém-nascido, acordava de hora em hora para ir ao banheiro, pois a quantidade de água tinha que ser mantida.

No corpo humano temos um conjunto de músculos que chama-se assoalho pélvico, ele sustenta a bexiga, o reto, e no caso das mulheres, útero. Pois bem como fiquei muito tempo com sondas, o músculo acostumou a ficar relaxado. Resultado disso: Incontinência urinária. Descobri depois de muito tempo que existem muitas pessoas que sofrem disso, mas tem vergonha de assumir e procurar ajuda. Imagina, eu uma jovem senhora, rs, de 35 anos tendo que usar absorvente geriátrico, pois o absorvente normal não dava conta. Fui procurar ajuda, pois não aceitava isso.

Descobri que podia fazer exercícios de Protocolo Kegel (similares ao pompoarismo) que fazer o músculo retornar a si. Mas não recomendo fazer sozinhos, pois nem sempre entendemos de maneira correta, é extremamente necessária a orientação de um fisioterapeuta. A fisioterapia é um processo que é demorado, muito demorado, para o paciente, que quer ver o resultado pra já. Essa é uma das grandes batalhas do paciente, o imediatismo. Faço sesões toda sexta-feira com a fisioterapeuta e em casa todos os dias, mesmo antes de começar a radioterapia, que dessa vez não escapei.

Foram 31 sessões de teleterapia (radiação externa na região afetada) e 4 braquioterapia (radiação interna). Sempre me falaram que radioterapia não fava reação alguma, quem disse isso era o maior mentiroso do mundo, claro que não chega aos pés da quimioterapia, mas no meu caso, afetou intestino, bexiga. Gente nunca tive tanta diarreia na minha vida, e a ardência para urinar, que ainda sinto, pois fazem somente duas semanas que acabei o tratamento. A radiação leva em média 3 meses para sair do corpo e abandonar os sintomas. Mas perto do que passei, isso não é nada, incomoda, claro que sim, mas o melhor do tratamento é manter a fé de que estará curada.


Bom acho que é isso, queria agradecer pela oportunidade de contar minha história (resumida) e deixar uma dica, façam sempre seus periódicos, que eu deixei por um ano e olha o que me aconteceu. Foi um aprendizado, sempre fui imediatista demais, e isso serviu para acalmar meu coração, me transformar em uma pessoa melhor, que apesar de enérgica, um pouco mais calma, a ver a vida com outros olhos. Cabelos crescem, cortes cicatrizam, e suas cicatrizes viram marcas de guerra. Lute sempre, não desista nunca.


segunda-feira, 4 de maio de 2015

A amizade

Hoje fui tomada por um sentimentalismo sem tamanho, por isso resolvi escrever sobre amizade, dizer o que é, como funciona, quem são. Só precisava escrever pra dizer o quanto amos vocês e o quanto são importantes em minha vida. 
Amizade é a relação afetiva entre um ou mais indivíduos, relação essa que pode ser carinho, proteção, lealdade, cumplicidade... Pode existir entre homens e mulheres, irmãos, namorados, maridos, parentes e acredite pessoas com diferentes vínculos. É um relacionamento social onde a intimidade é uma das bases, assim como reciprocidade de afeto, ajuda mútua, compreensão e confiança.
As origens são diversas, escola, colégio, faculdade, trabalho, amigos em comum, e não é que pode aparecer do nada??? Alguns se chamam de melhores amigos ou irmãos de coração, mas nesse caso é muito mais que amizade.
Nem sempre a amizade acontece com pessoas que tem os mesmo interesses, gostos e vontades e muitas vezes é isso que os une. Tem como função um acrescentar ao outro, seja sentimento, experiência, idéias ou simplesmente dividir sentimentos.
Além de ajudar manter a higiene mental, pois com amigos choramos, damos risadas, desabafamos, brigamos. Que amigo nunca brigou? Seja bobeira ou não o motivo. Sempre acontece e vai da maturidade de cada um saber se ultrapassou algum limite ou não.
Muitas pessoas consideram que amizade verdadeira não existe, que é utopia, principalmente nos dias de hoje, com a globalização, onde pessoas são capazes de passar por cima da amizade por interesse pessoal. 
Preciso agradecer por algumas amizades que conquistei ao longo dos anos, pois sem elas não teria conseguido chegar até aqui: meu marido, mãe, tias, meu irmão, primos,  Melissa, Suzan, Seiji, Rosângela, Gabriel, Deolinda, Adriana, Roberto, Sandra, Vivi, Leonardo, Luiza, Thalitha, Cintya, Douglas, William, Victor, Dary, Karen, Silvia. O incentivo, apoio, suporte que vocês dão não tem preço e o carinho e amor que tenho por vocês também não.
Mesmo que estejamos afastados por distância, briga ou qualquer outro motivo, meu amor por vocês não vai mudar!!! Levem sempre esse meu sorriso no coração!!!

sexta-feira, 1 de maio de 2015

O mundo diz que para ser feliz você deve se aceitar como é


Mas o que significa isso, se aceitar, será simplesmente se acomodar em seus defeitos e qualidades? Será passar o tempo todo enlouquecida procurando respostas e significados em toda e qualquer coisa que você disser, fizer ou reagir.  Ou em tudo que acontece com você?
Em minha opinião se aceitar é não pirar, ou pirar de vez em quando.  Perguntas respostas não são nossa única razão de ser.
Para se aceitar  não existe receita de bolo ou programação, e nem todo mundo passa por isso, porque se aceitar é uma jornada, tem altos e baixos, momentos de persistir e outros de desistir.
É ter em mente o que você sabe sobre você, e isso leva tempo, vontade, coragem, amor, sim muito amor por si própria.
É NÃO PERDER A SUA ESSÊNCIA, mas descobrir outras faces, outros meios de resolver situações difíceis, é ver em cada situação um lado bom, não é se transformar em Poliana ou Alice ok, mas aprender que tudo tem uma razão de ser mesmo que naquele motivo não veja, talvez algumas situações você não verá nunca o motivo.
Tenha carinho por você, se dê colo, mas não se estrague, talvez às vezes se estrague rsrsrs.
Olhe para você e veja o seu melhor mesmo no seu pior momento, veja sua beleza ao acordar e ao se arrumar para sair.
Seu temperamento, suas decisões, suas consequências são todas etapas da vida, e tudo te fortalece.
Ouça pessoas que querem de verdade o seu bem, mesmo quando elas dizem coisas que você não quer ouvir.
Trabalhe seus defeitos quando eles incomodarem você, quando eles servirem para te alavancar.
Seja você a grande mudança na sua vida, felicidade não é sorrir o dia todo, todos os dias, isso se chama histeria.
É sorrir quando está feliz, ou quando está triste.

Se aceite, se ame!!!


sexta-feira, 24 de abril de 2015

E lá vamos nós parte 2

Duas semanas após a alta tinha consulta para acompanhamento dos pontos, ele fez um teste para ver se a bexiga havia cicatrizado e nada. Na semana seguinte, sentia muita dor quando urinava, o médico percebeu que a sonda estava obstruída. Como resolver? Simples, tira aquela e põe outra, ah se não fosse a dor seria ótimo rsrs, quase morri de dor, pois já estava sensível e ainda teve que colocar outra, enfim resolveu, me mandaram tomar mais antibiótico por prevenção, tudo o que não precisava era uma infecção de urina ou na bexiga. 
A ansiedade em tirar as sondas me consumia, mas não podia forçar a barra, afinal a bexiga é um órgão sensível e de difícil cicatrização, ainda mais com um indivíduo em estado de diabetes como eu, onde o processo de cicatrização é mais lento. 
Me vi livre de uma sonda com um mês e meio depois da cirurgia, mais ou menos, que alívio, não conseguimos dar valor as coisas simples da vida até não podermos executá-las. Ainda não podia urinar normalmente, pois tinha uma sonda restante, a da cistostomia (que estava pela cicatriz, direto na bexiga). Quando mais água eu tomasse, mais rápido seria o processo, segundo meu médico, então eram 3 litros (três litros) diários, religiosamente, nunca em minha vida tinha bebido tanta água. As vezes vazava urina pela uretra, uma pouca quantidade, que a sonda não dava conta.
Cerca de uma semana antes da Páscoa, meu médico decidiu tirar a sonda, acreditem eu não deixei, preferi ir um passo por vez, e então tiramos o saco coletor e amarramos a ponta da sonda, dessa forma eu começaria a fazer xixi sozinha. Eu tive medo e muito de de repente sobrecarregar a bexiga e precisar operar de novo.
Ah nunca senti tanta falta de um saco coletor na vida!!! Toda hora no banheiro, literalmente, até que percebi que a vontade de ir ao banheiro constante era pressão que a sonda fazia na bexiga e comecei a segurar mais e perceber que tinha que reaprender a urinar, pois com o tempo de sonda, o esfincter estava com preguiça de fazer seu trabalho, que era segurar urina. Na véspera da consulta percebi que dependia de mim isso, que tinha que fazer exercícios musculares para reativar o músculo preguiçoso. Então pedi mais uma semana ao médico para treinar e então tiraríamos a sonda, e foi o que aconteceu. Quando ele tirou a sonda há duas semanas atrás percebi que estava como uma criança saindo das fraldas. Não é fácil... requer muita paciência, treino, muita paciência de novo, rsrs.
Em meio a essa saga toda ainda tive que lidar com uma dieta bem restrita de carboidratos e açúcares para controlar diabetes, e tomando metformina. Jesus Cristo porque ainda fabricam esse medicamento??? Na maioria dos casos, indicado para pacientes obesos que necessitam de medicamento para controlar a taxa de glicose. Só que um grande efeito colateral: diarreia, mas não é uma qualquer, é a diarreia. Toda vez que sentia vontade de ir ao banheiro já começava a chorar. Sem brincadeira, precisei usar pomada contra assadura pois estava muito difícil aguentar a dor. Agora com a glicemia já mais controlada resolvi tentar outra medicação porque não aguento mais, rsrs.
Agora estou aprendendo a controlar o esfincter e vendo realmente melhorar a olhos vistos. Dia 8/5 tenho consulta para definir continuidade ao tratamento. Pois não quero nem ouvir falar de operar de novo rsrs. Abaixo listo alguns passos do que foi preciso para minha recuperação.
Todos sabemos que a recuperação depende de alguns fatores:
1) médicos e remédios eficazes: Os meus foram os melhores possíveis. Médicos atenciosos, na medida do possível, que na maioria das vezes escutavam as queixas e procuravam melhorar as condições;
2) boa alimentação: Não posso dizer que fui bem alimentada no hospital, todos sabemos como é ruim a alimentação lá, não pelo equilíbrio da comida, mas pela manipulação. Não é porque estamos doentes, com restrições que temos que comer lavagem (misericórdia). Em casa minha alimentação foi bem balanceada, com fibras, proteínas, diminuindo carboidratos;
3) cuidados especiais: Meu amado marido, mais uma vez me ajudou muito, me ajudava a tomar banho, fazer curativo, me vestir, fazia comida e cuidava da casa, esse carinho vai ficar registrado pra sempre em minha memória. Não posso deixar de agradecer minha mãe, minhas tias Marilda e Jane por ajudarem com as compras e contas, isso também vai ficar marcado eternamente;
4) repouso: Meu Deus, como foi difícil, não podia fazer nada, só saía da cama e ia para a sala (afinal com duas sondas era complicado tentar fazer alguma coisa), dormia muito ao longo do dia e da noite também, rsrs;
5) pensamento positivo: Admito que essa é uma das fases mais difíceis, quando estamos com dores, com adversidades, a tendência é se deixar levar pelo lado negro da força...E mais uma vez fui salva pelo dom que o Rodrigo tem, de ver sempre o lado positivo em tudo, sempre extrair o melhor do pior acontecimento.
Claro que tudo que coloquei nesses dois posts foram resumidos, mas agora quero voltar a escrever sobre nós mulheres, vou começar a fazer algumas resenhas de produtos de beleza, falar sobre comportamento (masculino e feminino), enfim seguir a vida. Beijos e até a próxima.



sexta-feira, 17 de abril de 2015

E lá vamos nós

Não tenho como colocar aqui, em palavras, tudo que passei, desde a última postagem até agora. Medo, insegurança, dores, desconforto... É ele voltou e foi tão depressa que não deu tempo de assimilar tudo... Todos tem seus altos e baixos.
Em meados de dezembro aguardava o resultado de uma biópsia que um de meus anjos resolveu fazer, pois estava com um sangramento estranho e ele sentiu uma espécie de coágulo. Pois bem, quando voltou a biópsia, era câncer de novo, até então não sabia se era o mesmo tipo do da primeira vez.
Meu mundo havia desabado, pela segunda vez, achei que tinha sido ruim o primeiro diagnóstico, mas isso só porque não tinha passado pelo segundo... Quando a Dra. Vanessa virou e me disse que grande parte da recuperação, dependeria do meu estado de espírito, que eu precisava me acalmar, para passar por tudo de novo. Mal sabia eu o que me aguardava. 
A cirurgia foi marcada para o dia 19/01 e dessa vez foram pontuais, 07h. Na sala de cirurgia enquanto me preparavam, os médicos olhavam os exames, quando escuto "eu sabia que devia ter marcado consulta pra ver os resultados antes", na hora me desesperei, pensei "pronto tô morta". Perguntei o que tinha acontecido e as médicas me explicaram que minha glicose estava alterada (300) elas não sabiam se o Dr Juliano iria querer operar mesmo assim. Pediram para a enfermeira medir na hora pra ver se de repente não era algum erro, e deu 302. Comecei a ter uma sensação ruim, mas os médicos logo se posicionaram e começaram a cirurgia.
Para variar não podia ser simples, abrir tirar o que precisa, consertar a hérnia, costurar e pronto. No meio do procedimento eles me acordaram da anestesia para explicar o que estava acontecendo e pedir autorização para executar. Na primeira cirurgia foi retirado útero, ovários, trompas e parte do Cólo de útero, e com isso os órgão vão se acomodando no espaço "vazio", pois minha bexiga resolveu de se "acomodar" onde o câncer voltou. Isso quer dizer que eles tiveram que cortar um pedaço da minha bexiga, o Cólo de útero restante e um  pedaço do tecido interno da vagina. O procedimento cirúrgico demorou mais de seis horas, e sentia muita dor, tive que tomar morfina e com isso mais horas em observação. Voltei para o quarto eram mais de 21h. 
Quando acordei e percebi o que acontecia, estava com duas sondas, uma na uretra e outra pela cicatriz. Minha pergunta: Pra que tanta sonda? E os médicos me explicaram o que tinha acontecido (claro que não lembrava nada) a bexiga não pôde ser suturada, pois estava na parte posterior, eles tiveram que retirar um pedaço de gordura do meu abdome (ainda bem que tinha de sobra) para selar a bexiga, por isso duas sondas, a bexiga não podia inflar, ou teria que fazer outra cirurgia. 
Não consegui levantar da cama sozinha, nem tomar banho, nem nada, fiquei uma semana internada à base de soro e antibióticos, toda hora vinha alguém me furar, pra ver se estabilizava a glicemia, para dar anti-coagulantes, por uns três dias fiquei sem comer, e nem beber água, e nem nada. Quando finalmente me liberaram uma sopa a cozinha mandou uma que não era o tipo ideal para uma pessoa que passou pela cirurgia que passei, conclusão: vomitei tudo e acabei ficando mais um tempo em jejum, quando liberaram dieta hídrica (água e gelatina) e aos poucos fui melhorando. 
Até que finalmente tive alta, um dos dias mais felizes, para registrar segue foto abaixo.
Semana que vem continuo contando como está sendo ainda minha recuperação.



quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Como uma Fênix

Olá meninas, tenho passado por muitos imprevistos e acabei me distanciando do blog, me perdoem por favor.


Bom hoje queria falar um pouco sobre minha doença e o que veio com ela...



No começo de 2014 me mudei de cidade, já estava há algum tempo sem trabalhar pois estava me dedicando à estudar e treinar o físico para a prova da polícia federal.

Resolvi fazer exames de rotina que deixei de fazer desde o aborto... Fui até o posto de saúde e agendei consulta (pelo SUS) e para meu espanto, dali a duas semanas já passaria em consulta (lembro que quando tinha convênio demorava pelo menos um mês para conseguir vaga). Passei em consulta fiz o papa nicolau e o médico me deu guia para fazer mais alguns exames. Não se passaram 3 semanas, e recebi uma ligação do postinho para voltar e passar em consulta mesmo sem os outros exames, e assim foi que descobri câncer no cólo do útero, com o papa nicolau. Meu ginecologista, Dr. Carlos Eduardo Majolini, foi um anjo, me explicou como seriam os procedimentos e me encaminhou para uns dos melhores cirurgiões oncologistas da região. Dr. Juliano Ribeiro e sua equipe todos da Universidade São Francisco de Bragança.
O Dr. Carlos me atendeu na sexta de Páscoa junto com o Dr. Juliano e equipe, me examinaram, adiantaram o processo da biópsia, passaram exames para fazer. Fim de maio com exames em mãos, me explicaram o caso, que eu tinha opção de fazer quimioterapia, para reduzir o tumor e o retirar, mantendo cólo, útero, ovários e trompas. Como meu marido e eu já havíamos decidido não ter filhos, optamos pela cirurgia radical, que na opinião médica, também seria a melhor opção, o chamado "cortar o mal pela raiz".
Cirurgia marcada, dia 09 de junho de 2014, a ansiedade é o pior sentimento para o paciente, o medo do incerto estando invulnerável.
Cirurgia marcada para as 7 manhã, claro que sempre aparece casos de cirurgia de emergência e temos que esperar, entrei na sala de cirurgia por volta das 11h. Foram 6 longas horas quando estava voltando da anestesia, lembro do médico falando que eu estava bem, que a pior parte tinha passado... 
Com sonda e sonda nasal, as pessoas do quarto que me viam, não achavam que eu ia sair bem... Estava muito branca, meu marido falava comigo e eu não conseguia responder, nossa que sufoco, parecia que eu via meu corpo de cima. Aos poucos fui melhorando, não consegui me levantar sozinha da maca, pois o corte ia do baixo ventre até dois dedos acima do umbigo, sentia um desconforto impressionante.
Foi aí que conheci a Dona Neusa, Regina e Karen, que me ajudaram muito no hospital (a Regina e  Karen, porque a Dona Neusa também estava lá para cirurgia de Câncer de Mama), pessoas que têm coração que não cabe no corpo. 
Aos poucos meu organismo foi se recuperando e as enfermeiras me ajudavam levantar e insistiam para me movimentar, porque dor eu sentiria de qualquer jeito e os médicos precisavam de me ver assim, bem. Dois dias depois o Dr Juliano e Stella foram me ver e encontrei com eles andando pelo corredor, o que os impressionou bastante. A cicatriz estava bonita, como eles diziam, e me disseram que no máximo dois dias estaria em casa, se meu quadro continuasse assim.
O restante da recuperação foi repouso e boa alimentação, acompanhamento médico toda semana, agora fazem seis meses que isso tudo aconteceu. Estou curada, fazendo apenas exames de rotina e acompanhamento que são necessários. 
O médico me liberou para exercícios físicos, com calma recupero a rotina que sinto falta, de malhação que o Eduardo Calhes me ensinou...
Agora estou tentando voltar ao mercado de trabalho, recuperar minha vida profissional. Se não conseguir na hotelaria, estou com alguns projetos um deles sou consultora de vendas independente da Mary Kay. Sempre gostei de maquiagem e produtos de beleza, agora estou aprendendo um pouco mais para orientar minhas clientes.
O mais importante de tudo, é lutar, para buscar a vitória, podem tentar derrubar, e você pode até cair, basta ter força para levantar e começar de novo.


Preciso agradecer algumas pessoas que nesse processo todo me ajudaram muito: Rodrigo, Margarida, Marilda, Jane, Thiago, Roberto, Deolinda, Adriana, Leo, Luiza, Suzan, Seiji, Karen, Regina, Neusa. Da equipe médica, Carlos, Juliano, Stella entre outros que com certeza me ajudaram e não lembro o nome de todos. Meu muito obrigada por salvarem minha vida, estou aqui hoje firme e forte e vou vencer todas as batalhas que me forem impostas



sábado, 22 de novembro de 2014

Reviravolta

Olá meninas e meninos, semana passada tive alguns contratempos e não consegui escrever, quanto a isso peço desculpas, mas estou planejando algumas mudanças creio que serão bem aceitas, e conto claro, sempre com a participação de vocês. 


Quero escrever contos eróticos (podem ser verídicos ou não). Vamos fazer isso juntos, meu e-mail é ggmaismullher@gmail.com e quem tiver escrito, ou quiser escrever me mande e avise se posso ou não publicar seu nome.



Bom vamos lá. Hoje quero falar com vocês na reviravolta que a mulher GG em relação à moda. Tempos atrás não poderíamos imaginar uma modelo 1,80 pesando 90kg seria umas das principais para o calendário da Pirelli, que tem por praxe, colocar belas mulheres magérrimas. Ou quem poderia imaginar um calendário temático com mulheres plus size???



Pois é, está acontecendo mesmo!!! Finalmente as pessoas estão entendendo que não precisa ser magra para ser modelo. Para ser modelo tem que ter carisma e ser bonita, sexy. 



O mercado plus size tem crescido no Brasil, seja roupas, lingeries e modelos. Como sempre nosso país sempre atrás. Nos Estados Unidos esse mercado já é explorado a algum tempo e é mais forte nesse segmento.



Alguns "bookers" (donos de agências de modelos) acreditam que o segmento está em ascensão, porém ainda faltam muitas regulamentações. Por exemplo, uma modelo precisa ter medidas restritas, peso. Uma plus size na verdade tem um mínimo que varia de agência para agência. Normalmente a partir de manequim 44 (seja bem vinda) já é considerada plus size. Alguns bookers impõem um certo limite, mas há os que não colocam um número, basta o corpo apresentar um tamanho grande e um bom visual.



Para quem acha que por estar acima do peso não há restrições, se engana, não basta ser gorda, tem que saber valorizar sua silhueta, manter o padrão do seu corpo (dentro do seu estilo) e claro, malhar, dieta para que não saia aumentando o volume corporal. Por quê?

Porque é necessário mostrar à consumidora ou consumidor que há identidade com o produto, que a senhora não vá comprar uma lingerie qualquer só porque é gorda ou grande. A modelo precisa passar a imagem de que ela também gosta e usa determinado produto.


Bruna Gonçales é uma modelo Plus Size da Ford Models e está no segmento há 5 anos, preocupada com o corpo e dá uma dica para quem quer entrar nesse ramo: " Uma coisa importante é não se colocar como desfavorecido. Representamos sim uma fatia forte do mercado e merecemos nos valorizar." Tem que estudar muito e se dedicar também, o famoso correr atrás. Bom meninas é isso, tem espaço para todas, e cada uma de nós tem uma particularidade, um brilho especial. Vamos à luta???